A música mexicana mantém sua influência, ainda hoje, na música brasileira, principalmente, com o sertanejo. Ritmos como a ranchera, a bachata e música norteña são conhecidos de nossos ouvidos há décadas. No início do séc. XXI, vários artistas mexicanos ou de regiões ao sul dos Estados Unidos da América (principalmente no Texas), que também vivem essa influência pela fronteira e pela imigração, conseguiram grande êxito na indústria fonográfica, entre eles, podemos citar Alejandro Fernandez, Pepe Aguilar, Pablo Montero, Vicente Fernandez, Los Tigres del Norte e Los Temerários.
Ainda nos gêneros tradicionais latino-americanos, temos o bolero e o tango que permanecem como a “alma” latina, tendo novas interpretações e como que servindo para marcar a identidade musical de muitos cantores descendentes de latino-americanos, inclusive nos EUA. O bolero foi reinterpretado por cantores mexicanos como Luis Miguel e Cristian Castro e pela norte-americana Christina Aguilera.
Já entre los hermanos argentinos, o tango mantém-se vivo nas vozes de Esteban Riera, Cardenal Domínguez, Noelia Moncada, Verónika Silva, Roxana Fontan, Alicia Vignola e Fernando Soler, entre outros.
Entre esses dois gêneros, vale lembrar também, há adaptações de um ritmo para outro. Entre as canções de tango que são interpretadas como bolero, por exemplo, temos “Uno”, de Mariano Mores, e “El dia que me quieras”, de Alfredo Le Pera e Carlos Gardel.
A salsa e o merengue e os chamados ritmos tropicais tiveram como representantes no início do séc.XXI, cantores como Marc Anthony, Célia Cruz, Gilberto Santa Rosa, Tito Puentes, Los Van Van, Jerry Rivera, Son by Four, Índia, Elvis Crespo, Carlos Vives, Charlie Zaa, Juan Luis Guerra, Olga Tañon e Ilegales, entre outros. Esses ritmos continuam influenciando diversos outros que vão assumindo novas roupagens e nomes nos diversos países do continente e mesmo fora dele. É o caso da cúmbia e de sua vertente mais atual, a techno cumbia, e do reggaeton, que também estão presentes na música brasileira, principalmente, naquela produzida no norte do país, como o techno brega, mas também no sertanejo universitário ou urbano, no funk e no hip hop.
A influência das músicas europeia e norte-americana na música latino-americana do fim do séc. XX e início do XXI, produziu o soho latino, com ritmos como o hip hop, o rap tradicional ou house latino, além do tecno merengue. O jazz latino manteve-se muito forte, com a presença de artistas como Chucho Valdés. O rock latino chegou no séc. XXI representado por grupos como A.N.I.M.A.L., Café Tacuba, El Tri, La Ley e Maná e artistas solos como Fito Paez e Santana. Já o pop e a balada tiveram como intérpretes, no início deste século, Chayanne, Cristian Castro, Glória Estefan, Lucero, Luis Miguel, Paulina Rubio, Ricky Martin, Shakira e Thalia, entre outros. Houve também os grupos de band boys, no estilo Menudo, que fizeram certo sucesso no início do século XXI, como MDO, Tri-O, Mercúrio e Mecano.
Texto: Suzana Coutinho
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